Campanha Maio Roxo - A Dra. Renata Amorim, médica gastroenterologista, fala sobre Doença Inflamatória Intestinal.
Maio Roxo é um mês que traz reflexão sobre a atenção ao usuário que convive com a Doença Inflamatória Intestinal, Espondilite Anquilosante, Fibromialgia, Lúpus eritematoso sistêmico, além de ser o mês panamericano de conscientização das doenças reumáticas.
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As doenças que são alvo do alerta do Maio Roxo, são doenças que trazem grande impacto socioeconômicos para o usuário e para o sistema de saúde, pois tratam-se em sua maioria de doenças imunomediadas, incuráveis e quando não são diagnosticadas precocemente e seu tratamento não é realizado no tempo certo, essas doenças passam a ter um alto poder de progressão para perda de mobilidade e desenvolvimento de deficiências.
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A Dra. Renata Amorim, médica gastroenterologista, fala sobre Doença Inflamatória Intestinal (DII) e afirma que existem alguns dificultadores na realização do diagnóstico da doença que devem ser observados com atenção.
A doença inflamatória intestinal (DII) é um termo empregado para designar a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa idiopática (RCUi), que são doenças inflamatórias crônicas, exclusiva do cólon no caso da RCUi ou que pode acometer todo o trato gastrointestinal como na DC. A fisiopatologia da doença consiste em uma combinação de fatores genéticos associado a fatores ambientais.
Quando a doença deve ser suspeitada?
Os sintomas da doença são heterogêneos, mas incluem principalmente dor abdominal, perda de peso, diarreia crônica (duração maior do que 4 semanas), sangramento e muco fecal, especialmente em pacientes jovens na faixa etária de 20 a 40 anos (pico da doença).
Crianças: As manifestações podem ser de baixo peso, baixa estatura e atraso no desenvolvimento dos caracteres sexuais.
Idosos: A doença costuma ter manifestações mais brandas, o que dificulta ainda mais o diagnóstico.
A doença não apresenta nenhum marcador patognomônico e a manifestação dos pacientes pode variar bastante, o que dificulta e acaba atrasando o diagnóstico. Outro fator que dificulta o diagnóstico é o curso da doença entre remissões e recaídas. O atraso no diagnóstico aumenta os riscos de complicações da doença, como a necessidade de cirurgias de urgências, hospitalizações, maior chance de câncer de colón, além do risco de evolução da doença, no caso do Crohn, das formas inflamatórias para estenosante e fistulizante. Portanto na suspeita clínica, exames endoscópicos, radiológicos, além do estudo histológico e da bioquímica, são necessários para elucidação diagnóstica.
A ileocolonoscopia com biópsias do íleo e de cada segmento colônico está bem estabelecido como o exame de primeira linha na suspeita da DII. Endoscopicamente a doença de Crohn se manifesta com úlceras longitudinais e serpiginosas, por vezes profundas, entremeadas por mucosa de aspecto normal, além de poder estar associada a estenoses e fístulas. A RCUi se manifesta por acometimento contínuo do cólon, iniciando-se no reto, com múltiplas erosões, algumas vezes com úlceras com padrão mais superficial.
Na suspeita de DC a avaliação do delgado deve fazer parte da investigação, com exames radiológicos como enterografia por tomografia ou por ressonância nuclear magnética do abdome ou avaliação por cápsula endoscópica, este último excluída a presença de estenose.
Histologicamente achados específicos da doença não são comuns, esses pacientes apresentam aumento da celularidade dos linfócitos e plasmócitos o que caracteriza a sua natureza crônica associada a distorção da arquitetura das criptas, e pode estar presente o granuloma em 30 % dos pacientes com DC.
Laboratorialmente os pacientes podem se apresentar com anemia, hipoalbuminemia e marcadores inflamatórios aumentados como velocidade de hemossedimentação- VHS e proteína C reativa-PCR (menos específicos) e calprotectina fecal (marcador mais específico que os demais para inflamação intestinal).
O Tratamento
Dado o diagnóstico da doença o tratamento deve ser baseado na gravidade da doença, idade de início da doença, fenótipo, extensão e presença ou não de doença perianal. Baseado nesses dados existe um grande número de medicações disponíveis desde salicilatos orais e retais, imunossupressores até imunobiológicos.
Dra. Renata Amorim - faz parte do corpo clínico do prestador Endoview.
Currículo
- Faculdade de medicina Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
- Residência em Clínica Médica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);
- Residência em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva pela UERJ;
- Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED);
- Mestranda em Gastroenterologia na UERJ e observership na Cleveland Clinic.
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